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sábado, 30 de agosto de 2008

tipo mágica

Minha mãe sempre reclama da bagunça do meu quarto,da minha mania de deixar os compromissos pra depois e enlouquecer quando não tenho tempo o suficiente para fazer o que eu quero.Pense o que quiser,mas eu tenho uma filosofia de que as coisas tem de ser imperfeitas,às vezes.Caóticas.
Eu gosto da minha falta de organização para ser sincera.De correr contra o tempo,de um lado para o outro,tentando dar conta de todos os meus compromisos.De me virar em cem e chegar em casa exausta no final do dia...eu sempre tive essa tendência à abarcar o mundo com as pernas e reclamar dos meus milhares de afazeres.

Eu só acho que não vale a pena passar uma vida inteira em frente a uma televisão.Talvez eu tenha me trancado muito,durante muito tempo com medo de me machucar,de me decepcionar com as pessoas.E o que eu aprendi depois de todo esse tempo foi a quantidade de oportunidades que eu perdi.
A pessoas sempre vão cometer erros uma vez ou outra,te ferir com palavras ou com atitudes,mas isso também é parte de ser humano.Perdoar sempre,sempre é preciso,com aqueles poucos e bons dignos de sua amizade e o seu respeito.
Outra coisa que eu aprendi é que você sempre vai ter de enfrentar um ou outro obstáculo,ou talvez muitos,mas o mundo não para de girar para que você censerte os seus erros ou emende o seu coração.E a maior lição que a vida me ensinou,é que ela sempre continua.

E não se preocupe em entender as pessoas ou entender a si mesmo,porque como diria Clarice,viver ultrapassa qualquer entendimento.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

unspoken words

Fora dos trilhos.
Eu sempre fui a filha perfeita,a garota inteligente e apaixonada por livros,com grande potencial.Acho que em algum lugar no meio do caminho eu acabei me perdendo.Perdendo o meu rumo quando todo mundo parecia se achar...Talvez seja só parte dessa fase de amadurecimento,talvez eu tenha cansado ou talvez o encantamento simplesmente acabou e eu parei de me importar com certas coisas,perdido certos valores.

Eu lembro que quando eu era criança,era incapaz de responder uma ofensa e que o meu excesso de timidez me impedia até de fazer meu pedido no Mac Donalds.E eu lembro de me esconder atrás da minha mãe também e de sempre voltar de festas dormindo no colo do meu pai(ou fingindo dormir,porque eu adorava ser carregada nos braços).
Eu lembro da fase do medo de escada rolante e das viagens para Campina Grande.Da minha fase ingenua,sempre constrangida quando falavam em sexo perto de mim.E da fase do primeiro beijo,das matanças de aula,quando as coisas começaram a desandar.Da primeira taça de vinho branco,do meu antigo sonho de ter uma despedida de solteira em Las Vegas.Minha fase baladeira e minha fase mais quietinha...Tanta coisa até chegar ao que eu sou hoje,que minhas memórias do ano passado parecem distantes demais agora...

Eu lembro de nunca ignorar as pessoas também,de medir as palavras,de nunca agir por impulso.De ser paciente e compreensiva e de nunca passar por cima de ninguém e sempre valorizar o sentimento dos outros.E essa pessoa,essa Patrícia do passado é tão diferente dessa aqui que chega a assustar.
Hoje em dia eu me pergunto como eu fui capaz de fazer certas coisas por puro capricho.Por fazer valer minha vontade a qualquer custo,não importa quantas pessoas saiam machucadas.Por tomar decisões e assumir responsabilidades que eu não tenho a mínima condição de arcar por impulso e por insegurança,querendo preencher um vazio qualquer.Por ser cruel com quem não merece principalmente.Por ter perdido muito dos meus princípios ao longo desses anos.
Para o bem ou para o mal,eu me arrependo de certas coisas,de certas palavras ditas.Mas se um dia eu chegar a ter de volta qualquer coisa que me lembre daquelas tardes nubladas,eu só gostaria que fosse a minha inocência.

sábado, 23 de agosto de 2008

De repente,é como se eu tivesse criado asas.
me desfeito dos papéis amassados,páginas viradas,colocado o passado no lugar que lhe pertence,guardado comigo as boas memórias.Com os mesmos medos bobos,a mesma mania feia de pegar nos cabelos e por os pés em cima da mesa.
Os sonhos mudam,a gente cresce e continua se descobrindo vezes e vezes sem conta.Conhecendo novas cidades,fazendo novos amigos,vivendo o que se tem de viver.Toda dor precisa ser sentida,me disseram uma vez.As pessoas,os desapontamentos e alegrias vem e vão,certas coisas continuam intactas.Outras você teima em acreditar que vão ficar aonde as deixou e quando menos espera elas vão embora...

Máquinas são mais fáceis de manusear que pessoas,porém você não se afeiçoa a elas,ou aprende a conviver com suas falhas e defeitos,mesmo que elas não tenham concerto.
A gente se acostuma com quase tudo,foi uma das lições que eu aprendi.Menos com a saudade.

"Felicidade só é completa quando compartilhada"



domingo, 17 de agosto de 2008

Coisas andam intensas ultimamente...
Os dias estão passando rápidos,apressados,as pessoas andam mais depressa na rua.O sol parece se por mais cedo e as horas de sono não são suficientes.
As vezes eu me pergunto se é normal sentir o que eu sinto,esse sentimente de que as coisas estão passando por mim rápido demais,ou se eu estou entrando em uma espiral de loucura em que é difícil sair.

É como se,de repente,eu tivesse me desviado dos caminhos que eu havia escolhido para mim,quebrado as minhas próprias regras e agora eu enxergasse que,na verdade,eu não tinha muita escolha.É tudo,de fato,uma questão de visão.De como a gente ver a vida,as pessoas e os lugares ao nosso redor,a maneira que a gente enxerga a si mesmo.

Eu não sei de muita coisa,agora.São tantos os meus medos e minhas angustias.Tantas perguntas sem resposta e tão pouco tempo para buscá-las.Tudo isso se misturando com os meus sonhos,os meus ideais,minha vontade de mudar as coisas,de tocar as pessoas de alguma forma.

Quem sabe com um abraço...

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Hoje fui ao meu antigo colégio e na saída vi duas garotas conversando,na faixa dos doze anos de idade mais ou menos,fazendo planos para o feriado.E por um segundo,eu me vi alí.Me ví naquele colégio,naqueles corredores largos,reconheci cada entonação,o modo como elas gesticulavam,o brilho nos olhos de quem ainda tem muito o que aprender,muito o que mudar.
E ao mesmo tempo que eu senti uma saudade desesperadora da minha infância,dos dias em que eu passava o dia inteiro alí,tentando quebrar todas as regras impostas,eu percebi também o quanto eu mudei ao longo desses anos,e que apesar de já ter tido mais experiências,vivido um pouco mais,esse é apenas o começo do caminho...

domingo, 10 de agosto de 2008

reticências

Dia dos Pais.Os velhos e bons almoços em família.
Há muito já deixei de sentir uma conexão,na verdade.Não dos meus pais,mas familiares em geral,daqueles que por mais que você conviva,nunca vai entender o porque de certos preconceitos,certas idéias...
De certa forma,eu sempre fui "a diferente".A que não gosta de axé,nem de sair pra balada,a louca obsecada por livros e filmes de arte e que é tão incrivelmente tímida que nunca faz uma visita.

Eu nunca busquei aceitação,na verdade.Sou perfeitamente feliz em meio aos meus livros e todas essas páginas viradas.Em meio aos amigos verdadeiros e os abraços.Em meio aos meus discos de MPB e o bom e velho rock n' roll,em meio a todas aquelas cenas de filmes e beijos de cinema.E perfumes,e risades e lágrimas que eu derramei(ou que eu enxuguei).
Entre os meus milhares de amores e cartas jogadas fora,entre despedidas e viajens,entre um copo e outro,um passo e outro,eu posso dizer que eu ainda tenho sonhos.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

acaso.

Eu tenho saudades daquele tempo perdido,das conversas jogadas fora,dos dias escuros,nublados em que eu me deixava levar pela nostalgia ou me entregava a felicidade de um reconfortante banho chuva.
Que destino tiveram os sonhos que eu tive,os segredos que eu troquei à meia noite com a minha melhor amiga?Os abraços e beijos,os meus sapatos espalhados pelo quarto,as marcas pés na parede branca,minhas fotografias.
Aonde foram parar as brincadeiras de infância,os lápis de cor e meias coloridas?Ou os parquinhos e bonecas.As corridas descalça na areia da praia,cabelos ao vento,gritos de alegria.O mundo se extendia à minha frente e tudo ao meu redor parecia vivo.

Uma coisa é certa,determinadas coisas a gente nunca esquece.Viver no passado ou seguir adiante?Se segue adiante sem lembrar do passado?Recordamos o passado seguindo adiante?
E o que é viver se não colecionar cada pedacinho do seu passado?Da sua infânica,dos amores e dos amigos.E dos dias solitários em que você só queria um ombro para chorar?
Como esquecer dos companheiros de sala,dos diferentes lugares que conhecemos,dos infinitos sentimentos,de um beijo roubado?Daqueles que foram embora sem deixar vestígios...
O que seriam de todas essas memórias se não tivessem sido compartilhadas?

O melhor de tudo,no final das contas é saber que não estamos sozinhos e que somos mais parecidos com as pessoas ao redor do que imaginamos.Que de certa forma compartilhamos os mesmos medos,as mesmas inseguranças e planos malucos.Os mesmos sonhos inconstantes,fora de ordem.
Que de repente sejá mais válido ter dois pássaros voando do que um na mão,e eu aprendi por conta própria que ter certeza,é melhor do que imaginar.
E que talvez um dia você e esse outro ser,se encontrem por aí.Dois mundos completamente opostos,sentimentos similares.Duas estrelas cadentes colidindo.Um acidente esperando para acontecer.Magnetismo.Chame do que quiser.

Eu chamo de amor.