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quarta-feira, 29 de outubro de 2008

beleza ordinária

Sozinha em casa às 6:30,a nostalgia é quase inevitável.

Saudades dos meus tempos de colégio.É engraçado está dizendo isso agora,no ápice da felicidade da minha vida de universitária,mas de vez em quando,é difícil não lembrar.
Eu aproveitei bem os últimos três anos.Fiz o que devia e o que não devia,me desliguei dos estudos,matei aula,bati o número necessário de portas e tive uma vida amorosa agitada...

Naquela época,porém,eu não tinha a consciência de que tudo aquilo ía acabar um dia.Que o Ensino Médio não duraria para sempre,que lá atrás,quando eu achava que tinha vivido muito,eu ainda não tinha vivido nada.
Acho que é normal pensar assim quando se tem 14,15 anos.Tudo é uma novidade quando se é adolescente.Eu lembro do meu primeiro porre.Aquilo alí pra mim foi o ápice da independência.Na minha cabecinha,eu nunca mais seria mais adulta,ou mais 'cool' do que estava sendo naquele momento.
Depois que você toma um,dois,três porres e a novidade passa,a gente acha graça.
E é exatamente disso que eu sinto saudades.Daquelas primeiras experiências,da inocência que você vai perdendo com o tempo,daqueles amigos 'momentâneos' e daqueles que você sabe que vão durar para sempre.São as descobertas que fazem falta,aquele sentimento assustador e ao mesmo tempo reconfortante de estar fazendo o que não deve,aquela angústia adolescente e a impaciência ridícula que você sente para amadurecer.
Eu sinto falta principalmente da espontâneidade daquela época.Da maneira incorrômpida que a gente olhava pra vida.Matar aula era um absurdo,deixar um menino por a mão aonde não deve,então!Sexo ainda era tabú e os eventos mais empolgantes do ano eram as festas de 15 anos e os acampamentos do colégio.Doce inocência!

De certa forma,eu acredito que nós éramos mais otimistas naquela época.Eu e meus amigos acreditávamos que qualquer besteira que a gente sonhasse iria se tornar realidade.Hoje em dia,eu aprendi a sonhar dentro dos padrões do 'mundo real' e a não mentir pra mim mesma pra fugir da 'vida de verdade'.
Crescer,de fato,acabou sendo mais difícil do que eu imaginava que seria.A tal independência,quando finalmente chega,não é exatamente da forma como você esperou que fosse.A conta do cartão de crédito no final do mês,não vai desaparecer se eu me convecer de que ela não existe,e a faculdade não é só 'rock n'roll toda noite e festa todo dia'...Eu sinto uma nostalgia boa quando tenho esses vislumbres do final da minha infância,quando tudo eram 'flores' e ninguém tinha problemas de verdade,nem cartão de crédito,nem carteira de motorista,muito menos camisinha nas bolsas...Era perfeito da forma mais bela possível,de uma maneira intocada,como se de uma forma ou de outra,o tempo pararia alí e nós seríamos felizes para sempre;~

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Então,faço 19 anos amanhã.
Soa assustador,pela primeira vez na vida.É o peso das responsabilidades,eu diria.O medo do desconhecido,do novo.A nostalgia de ver o quando eu deixei para trás,a consciência de que a vida adulta se aproxima e que eu vou ter problemas maiores do que não saber o que vestir na festa do sábado.
Vai ver que também é o medo de não ser dona do meu destino,de ser apenas uma marionete nas mãos da realidade,de me tornar alguém que eu não queira ser e não ter controle sobre isso.

Acho que todo mundo abaixo dos vinte anos,tem aquela impressão de que a juventude vai durar para sempre.Eu por exemplo não consigo me imaginar casada e com filhos,trabalhando para o meu próprio sustento,tendo pessoas que vão depender de mim e me cobrar mais do que eu imagino ser capaz de dar...De pensar que vestibular costumava ser a pior coisa do mundo:x

É a primeira vez também que pensar no meu passado machuca.De um jeito triste mas ao mesmo tempo pleno.Dói pensar que eu nunca mais vou ter aquilo de volta.Que os aniversários não voltam mais,nem as viagens em família ou passeios com os amigos.Ou as saídas de sala e as semanas de prova.A primeira vez que o meu coração bateu desconpensado por alguém e a minha primeira desilusão.O meu primeiro vislumbre de que a vida lá fora era diferente do que me contavam,e que um dia,eu seria jogada bem no meio daquele caos e teria que me virar sozinha...
É tão estranho pensar que eu não posso mudar nada a respeito daqueles dias,nem dos que estão por vir.Que o que foi dito,está dito e eu não posso retirar.Que eu fiz o que eu fiz e paguei pelos erros cometidos.E que por mais que esse passado seja meu,eu não posso alterá-lo,ou trazê-lo de volta.

É o meu primeiro aniversário que eu não sei o que desejar.Que os presentes e a atenção redobrada ficaram em segundo plano.
Talvez eu tenha finalmente percebido o que realmente é importante.E talvez eu deseje sim alguma coisa.
Um abraço de todo mundo que eu amo e que me faz feliz todos os dias.E que esses,eu possa guardar pra posteridade.



segunda-feira, 20 de outubro de 2008

let me be

Eu sempre fui relativamente chata.Do tipo que não é simpática com estranhos e faz pouco caso de pessoas consideradas 'importantes'.Para os meus amigos as minhas cortadas não são novidade e é comum ouvirem um dos meus comentários maldosos de vez em quando.
Com pessoas que eu não vou muito com a cara,por outro lado,sempre foi meio indiferente.Eu me retraía ao invez de atacar.Ficava calada me remoendo por dentro ao invés de falar algo realmente do meu feitio.
Até agora.
Ultimamente é como se tivesse me libertado dessa cadeia de raiva retraída e eu tivesse a todo vapor outra vez,por mais que não seja exatamente o que eu quero.
É aquela sensação de novo,que eu sentia há alguns anos atrás,quando as palavras chegavam na minha boca rápido demais,e eu não tinha o ímpeto de controlá-las.
Eu lembro das aulas de tênis.Eu sempre chegava preguiçosa na quadra,me arrastando de um lado para o outro,errando saques...até o professor começar a me tratar como se eu fosse a mais burra das criaturas.Eu lembro de guardar todas indiretas até os meus olhos encherem d'água,para depois descontar tudo em dobro.
"Você funciona melhor com raiva".
Foi o que a minha dupla me disse certo dia.

Sabe,esse tipo de sentimento não é necessariamente ruim.Quer dizer,talvez eu devesse medir mais as palavras ou pensar mais antes de fazer certas coisas.Mas a verdade é que essa armadura de palavras cruéis e desprezo,de vez em quando me cai bem.Faz com que eu me sinta no controle da situação.Como se por uns poucos minutos,eu tivesse as coisas e as pessoas,na palma da minha mão.
É como se eu tivesse medo de que elas me descobrissem por completo,e o meu lado frágil,vulnerável,não tivesse lugar algum para se esconder...
Agora pergunto:Até que ponto vai a insegurança de uma pessoa?

terça-feira, 14 de outubro de 2008

feels right.

Eu não sei dar segundas chances.Só algo que eu concluí...
Quando criança eu passei uma noite inteira vomitando por causa de um queijo-quente.Desde então,eu nunca mais comi queijos-quentes.Também nunca mais dormi na casa de uma parenta depois que ela me acusou de algo que eu não fiz.Só vi 'O Pianista' uma vez,para nunca mais,embora eu tenha gostado.Eu não me recupero bem de traumas,como já deve ter sido notado.
Eu nunca consegui contornar bem as situações,ao invés disso eu apenas fujo delas.

Minha mãe está fazendo mil planos para mim prox.ano.Quer que eu comece a estagiar para ganhar prática,quer que eu faça mais um curso,se chateou porque eu larguei o Pilates e provavelmente já está querendo arrumar alguma outra atividade para eu fazer.
Essa é minha mãe,sempre pensando nas coisas antes do tempo.
E eu,bom.Sempre adiando-as.
Por enquanto eu finjo concordadar com tudo,depois eu imponho as minhas vontades.
Eu quero fazer estágios,quero voltar a nadar,o que provavelmente ela não vai concordar e quero fazer um curso de francês,ao invés do curso de preparação pra professora de inglês que ela quer que eu faça.Sei que quando eu descordar das idéias dela,ela vai ficar chateada.Porque houve um dia em que eu atendia todas as suas vontades...
Isso foi até todas as mudanças ocorrerem e eu começar a pensar por si só,ter meus próprios ideais,ao invés de me aproveitar dos dela.Foi antes de eu perceber que eu fazia isso por segurança,por saber que aquilo a estava satisfazendo e dizendo a mim mesmo que era o que eu queria,e antes também,de eu entrar em uma faculdade da minha escolha e conhecer de verdade o mundo lá fora.
Eu sei que é difícil para ela ver o quanto eu mudei em tão pouco tempo.Ver com o passar dos dias,as minhas características se transformando aos pouquinhos,até que a mudança tivesse completa e eu não fosse mais algo que ela era capaz de controlar.Uma estranha que nem mesmo pertence mais a ela.
Mas ela vai entender que crescer é necessário e que as mundanças fazem parte do processo.
Eu sei que sim,ela é minha mãe.
Assim como eu estou começando a processar a mundança de religião da minha amiga e pretendendo fazer o meu melhor para sempre estar ao lado dela,embora ultimamente,eu ande meio distante.Nem mesmo fui à casa dela depoois que soube do pai dela.E sim,eu me sinto culpada,mas nós duas nunca cobramos nada uma da outra,de modo que eu vou chegar lá,e nós vamos conversar e contar as novidades como se não tivéssemos passado um dia separadas...

Por falar em amizade,eu devo dizer,estou surpresa com o quanto algumas pessoas conseguiram me surpreender esse ano.Não foi algo esperado.Pelo contrário,eu prometi a mim mesma não me envolver demais,a ficar na defensiva para não ter que lidar com as possíveis decepções.
Eu não acho que percebi,quando as pessoas,aos pouquinhos foram se aproximando,ganhando um certo espaço na minha vida e de repente,se fazendo imprescindíveis,como se eles estivessem alí o tempo inteiro,só esperando que eu deixasse elas entrarem.
Eu já falei milhões de vez a respeito do fracasso que eu sou para fazer amigos,mas esses não foram exatamente planejados.Como se eu tivesse olhado em volta no primeiro dia de aula e escolhesse a dedo:"Pronto,esses vão ser os meus amigos".Simplesmente me pareceu certo tê-los comigo,por mais que ultimamente as coisas pareçam predestinadas a sair do meu controle,e as minhas certezas diminuam a cada dia.Com eles eu tenho aquela segurança de que eu estou em movimento,de que eu sou capaz de esquecer os meus problemas e rir sem preocupações,ao invés de me entregar a eles.Eu consigo amar até a droga de caos dos nossos dias,sempre com algo dando errado.Não teria a mesma coisa se fosse diferente...E quando eu lembro de uma pequena tragédia ou outra,ou me pergunto como eles agüentam escutar meus comentários maldosos a manhã inteira,eu não posso evitar sorrir o meu sorriso mais sincero e amá-los demais.
Desapontamentos vão acontecer de vez em quando,faz parte de qualquer relacionamento,todo mundo erra.
A verdade,é que de vez enquando vale à pena.


domingo, 12 de outubro de 2008

these hearts,they race for self control...

Eis que chego em casa de manhã cedinho de um show e me deparo com uma mensagem da minha melhor amiga no orkut,dizendo que o pai que ela não via há mais de dez anos,finalmente estava vindo vê-la.
Ela me pareceu tão feliz!Durante todos esses anos de amizade eu não tinha me dado conta de o quanto ela sentiu falta de uma figura paterna.A gente nunca conversou muito a respeito disso,na verdade.E ela não parecia se importar muito com a situação.Jamais imaginaria que ela ansiava por esse dia...Eu queria tanto ter advinhado!
Eu talvez tenha ficado tão feliz quanto ela com a notícia,porém para variar,eu queria ter sido capaz de consolá-la nas vezes em que ela precisou,por todas as vezes em que ela me protegeu e me apoiou...

Enfim,acho que a novidade toda me serviu para perceber o quanto de uma forma ou de outra eu estive no lugar dela.Anos e anos de falta de atenção,de um pai ausente.
Sabendo que a minha amiga finalmente vai poder conhecer o pai me faz lembrar de que eu nunca cheguei a conhecer o meu.
Quer dizer,meu pai sempre fez essas obrigações básicas de pai:Deixar no colégio,no tênis,no curso de inglês...Mas conhecer mesmo,sentar e conversar e deixar a conversa fluir,nunca.Acho que a última vez que eu tive um tempo pai-filha de qualidade eu provavelmente tinha seis anos,quando ele me levava pro Mc Donalds aos domingos.
Eu já toquei nesse assunto com todos os analistas que frequentei-a resposta foi unânime:Se aproxime,tome a atitude,instigue a relação,mostre o que sente.
Incrível como eu não consegui fazer nada disso.O que é estranho,já que a minha impulsividade,na maioria das vezes fala mais alto.

Falando nisso,a maioria das pessoas toma minha impulsividade como um defeito.Bom,eu sei que definitivamente não é uma qualidade mas eu preciso dessa adrenalina para me sentir viva.Sempre foi assim desde que eu era criança.Uma decisão precipitada,um erro cometido quase que de propósito para me tirar da rotina.
Eu me esforço para ter certo controle sobre isso,mas,na maioria das vezes,eu acabo ignorando a razão e fazendo o que eu não devo.Vai ver é por isso que eu quebro mais a cara do que a maioria das pessoas.
O que eu posso dizer:É da natureza humana ser livre:T

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

stars!

"it maybe rainin'
but there's a rainbow above u..."

Fiquei pensando,certo dia,na tendência que as mães tem de prender os seus filhos.Minha mãe,por exemplo,sempre foi relativamente liberal.Quer dizer,sempre me senti à vontade para conversar com ela sobre qualquer coisa e pedir conselhos.Ela sempre foi paciênte nos meus momentos de crise e sempre apoiou minhas decisões profissionais e amorosas.Porém,ela sempre foi bastante protetora.Não só com questões que toda mãe se preocupa,como que horas e com quem vai sair mas com questões bobas,como "não chegue perto da janela da casa de fulaninha...",como se eu fosse pular de lá ou algo do tipo.

Essas preocupações sem sentido me levaram a me perguntar,se todo esse medo sem fundamento,tem à ver com todo o meu período de crise e rebeldia,quando eu achava que a vida de qualquer ser humano era melhor do que a minha.
Eis que certo dia,a minha vida perfeita saiu dos trilhos,foram desilusões encima de desilusões e no final de todo aquele processo de brigas e mentiras eu tive que buscar ajuda de um médico.
Nos primeiros meses de medicação eu senti uma dormência bem vinda,depois de todo o turbilhão de emoções e com o passar do tempo,eu passei a ter um controle maior sobre o que eu sentia.E hoje,sem remédios e sem análises semanais eu me enxergo bem melhor do que naquela época.Aquela época,aliás,se resume à um borrão no meio passado,que eu não consigo me lembrar com clareza o que me passava pela cabeça.Das minhas crises,porém,eu me lembro de todas.Lembro das que ocorriam tarde da noite e caía no sono de exaustão depois de horas e horas chorando e lembro da vez em que eu arranhei os meus pulsos com gilete.Eu nem sei bem o porque,foi mais uma maneira de chamar atenção do que de extravasar minha raiva ou a minha dor.Olhando pra trás,talvez tenha sido mais um apêlo por atenção e definitivamente não foi uma tentativa de acabar com a minha própria vida.
Eu lembro de ter tentado esconder o corte com a munhequeira da Nike que eu usava para jogar tênis.E lembro de que quando a minha mãe descobriu ela passou dias e dias batendo na porta do meu quarto de dez em dez minutos pra se certificar de que eu estava bem.Aquelas cicatrizes foram o começo do fim.O começo do fim,porque eu havia me transformado de uma criança independente e decidida à uma adolescente frágil e bipolar.Foram como se todos os anos de esforço dela tivessem ido de água abaixo.Eu era esforçada,coseguia o que queria sem o menor esforço,honrava todos os meus compromissos e de repente eu não conseguia passar mais de uma ou duas horas prestando atenção na mesma coisa,as notas baixaram e eu fui me fechando de uma forma,que não assustou somente ela,mas toda a família.A menininha brilhante tinha se transformado em uma adolescente fracassada,incapaz de resolver seus problemas sozinha.

Para a minha família inteira aquilo foi um choque,imagine só para a minha mãe.
Hoje em dia,eu vejo o quanto ela tenta de todas as formas manter os meus pés no chão,fazer com que eu tenha a determinação de outrora,embora saibamos que isso pode nunca chegar a acontecer,apesar da inacreditável melhora.
Antes disso,antes de todas as crises,antes da depressão,eu vejo que a minha mãe tentava me proteger(em vão) da realidade ao redor e eu me dei conta,de que a maioria das mães pensa assim,o que poderia o mundo oferecer aos seus filhos que elas também não podiam?É instinto materno,mas inevitavelmente,nós costumamos criar asinhas e quando essas asinhas acumulam uma quantidade considerável de viagens,é que percebemos que nossas mães querem nos proteger daquela primeira decepção,da primeira deslealdade que muda tudo,da primeira perda significante,daquela primeira mentira,que carrega junto com ela,àquela inocência da infância,quando a gente não costumava medir as palavras e as verdades saíam sem esforços.É de certa forma triste,mas a gente sabe que não dá pra ficar apenas assistindo as coisas aconteceram,um dia a gente tem que sair daquela redoma de vidro e quebrar a cara lá fora,exatamente o que elas temiam que acontecesse...

Minha depressão foi uma dessas fases dolorosas da vida que você e as pessoas ao seu redor são obrigadas a testemunhar.Dolorosas mas necessárias.
Minha depressão não foi fingimento,eu não me cortei com gilete porque eu queria ser emo ou porque milhares de adolescentes da minha idade colocavam fotos de pulsos cortados nos fotologs.Só deixando isso claro,para quem acha que depressão é 'frescura'.E eu não to aqui pra impressionar a todos com a minha história de superação.Não existem atos heróicos aqui,só uma vontadezinha escondida de que no final as coisas dessem certo.É um processo lento,é doloroso e quem já sofreu sabe que a gente vai levando um dia de cada vez.Sem dramas maiores até agora e com uma tendência surpreendente a enxergar o lado bom das coisas,das pessoas,da vida...

Eu nunca havia falado assim sobre esse assunto.Comentei com alguns dos meus amigos,é claro,mas nunca havia falado abertamente.Sempre achei que sairia forçado,dramático,exagerado...mas é a verdade,o mais próximo possível dela tranformado em palavras.
Eu sei que muita gente não entende a doença,como o meu próprio pai nunca entendeu,mas no fim das contas você sempre acha uma forma de escape,por mais que eu tenha memórias de um pai que parecia não ser capaz de me amar durante aquele período eu tenho memórias de pessoas que conseguiram me amar em dobro.








sábado, 4 de outubro de 2008

little by little

Eu não acho que traição seja sinônimo de falta de amor.
Não que eu tenha muita experiência em relacionamento,mas a verdade é que todo mundo comete erros.Eu mesma nunca digo nunca,talvez eu seja sempre fiel,talvez não.A gente não tem muita garantia quanto se trata de sentimentos,todo mundo sabe disso...
É engraçado como quando a gente é mais novo a gente sempre acha que nunca vai amar alguém mais do que você amou aquele namorado da época e você acredita que ele vai ser seu pra sempre.Nada é pra sempre e ninguém é de ninguém,não existem duas verdades maiores que essas.

Eu particularmente não acredito em casamentos.Talvez porque o dos meus pais seja um fracasso,talvez porque eu realmente não acredite que eu consiga passar o resto da minha vida com a mesma pessoa.
Quem sabe eu esteja errada,quem sabe um dia,vai aparecer alguém na minha vida e me fazer pagar pela minha língua.Mas já faz tempo que eu deixei de acreditar em príncipe encantado,embora de vez em quando eu me pegue imaginando 'àquela' pessoa certa.Eu não pediria flores,surpresas ou loucuras de amor.Apenas alguém que me surpreendesse de vez em quando,não necessariamente com gestos ousados.Alguém que respeite a minha privacidade e entenda quando eu precisar de um tempo sozinha.Alguém que nunca deixe que os meus dias caiam na rotina,alguém reclame do meu consumismo e ache as minhas amigas um saco.Alguém que odeie o meu egoísmo,e não precise de mim as 24h do dia.Alguém que ame odiar cada defeitinho meu e nunca acate as minhas ordens.Alguém que seja o oposto dessa fórmula do 'cara perfeito' que inventaram por aí,e que ria das minhas brincadeiras sem graça.Alguém que de vez em quando,só de vez em quando,me faça perder a respiração.