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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Eu não me imagino adulta.
Adulta de verdade,com contas a pagar,filhos,marido,emprego...Olhando assim,parece um futuro tão distante.Mas a gente sabe bem que chega mais depressa do que gostaríamos.
Talvez seja essa a consequencia de não ouvirmos nossos pais e avós,dizendo que o que é bom dura pouco,ter de lidar com as surpresas,com o fim de uma era e o início de outra.

Eu não sei exatamente se eu tenho medo de envelhecer.É tão natural,afinal de contas,você praticamente nem sente o tempo passando e a maioria das pessoas vive muito hoje em dia,e a estimativa de vida só aumenta(resta saber se isso é motivo para celebrar) o.o
Sei lá,eu acho que eu sempre consegui encontrar uma certa glória naquelas frases "Viva rápido,morra jovem" e coisas do tipo.Ou talvez eu simplesmente não consiga juntar tudo isso na minha cabeça.Todos esses estágios de vida pelos quais eu vou ter que passar,todas essas fases.

Para começar,eu fui criada da maneira errada.Eu tive tudo em excesso a minha vida inteira.Amor demais,brinquedos demais,direitos demais.Meus pais raramente me deram 'nãos' e muitas vezes tomaram decisões,resolveram problemas que cabiam a mim.
Isso te dá um senso de segurança meio equivocado.Você tem uma certa consciência de que tem muito ao seu alcance,mas ao mesmo tempo,de vez em quando fica difícil caminhar com os próprios pés,se firmar em um lugar só.
Acho que esse é o motivo pelo o qual eu não me imagino cheia de responsabilidades,fazendo tudo sozinha,porque sinceramente,o meu mundinho se resume a comprimidos,livros,garotos e música.Dramas sem fundamento,programas de tv que eu assisto religiosamente,filmes que eu venero.
Para quem viveu muito tempo em um bolha,o mundo lá fora é complicado.
Mas antes de mim,outras garotas conseguiram se desprender dos pais,das lembranças,da zona de conforto e hoje,estão por aí,conhecendo o mundo,cientes das milhares de tragédias que acontecem todos os dias,encontrando beleza nisso tudo.

De vez em quando,eu gosto de ver albúns antigos da minha família.Fotos da minha avó,da minha mãe,das minhas tias quando crianças.Àquele típico albúm em preto-e-branco,com as marquinhas de mofo,contando inúmeras histórias.E às vezes,eu me pergunto o que aconteceu com elas.Como foi que se tornaram mulheres?Como conseguiram chegar ao outro lado?

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

a perfect party,one eternal kiss.

Céus,é simplesmente tão assustador pensar na vida!
Ver todas essas histórias se desenrolando na sua frente,essas vidas se entralaçando.Vendo todos esses mudos,esses personagens...uns tão parecidos comigo,outros que não se parecem com ninguém.
E em meio a todas essas reviravoltas,ELE.

E meu Deus,como isso soou clichê!
Eu não faço esse tipo,acreditem.Eu não faço questão de ganhar flores,nem chocolates.Eu odeio bichos de pelúcia e demonstrações públicas de afeto me deixam maluca.
Eu prefiro homens intelectuais e uma garrafa de vinho tinto.Uma lareira,talvez.Há quem diga que eu já nasci com trinta anos.
Eu sempre procurei por alguém capaz de amar meu egoísmo e aceitar minhas pretenções.Que admirasse os meus esforços,o meu certificado de Cambridge,minhas medalhas das olimpíadas de história.Alguém certinho,que tivesse tudo sobre controle,exatamente como eu.

Eu sou do tipo que sempre teve um quarto impecável,notas perfeitas.Do tipo que nunca saía de casa se não fosse perfeitamente produzida.
Eu sempre fui bastante adequada.Eu sempre soube o que falar,o que vestir,o que fazer.Eu sempre tive poder de persuasão também,eu sempre consegui o que queria,e além do mais,eu tinha aquele ar antipático,intocável,que assustava os garotos.
Menos ELE.

O mais engraçado era que ele não chegou de repente.Ele me encarava nos corredores,sussurrava no meu ouvido em festas de 15 anos,segurava meu braço com força,como se eu estivesse prestes a sumir e nunca mais voltar.
Eu resisti por uns meses.Ok,por poucos meses,talvez,no máximo dois.Ficava difícil com aquele ar de bad boy,aquela adrenalina que subia pelo meu corpo quando ele me olhava.
O JP tinha sido o meu príncipe.Ele era meigo,atencioso,cavalheiro.O Víctor era mais forte até no nome,no toque,no jeito dele de me chamar de Docinho.
O JP foi supostamente o homem dos meus sonhos.O Víctor me completou por inteira,cada célula do meu corpo faíscava por ele.O nosso primeiro beijo foi agressivo,desesperado,cheio de desejo,de amor,de medo,mas foi um daqueles momentos únicos em que o passado e o futuro se unem dentro de você.
E até hoje eu não tenho como explicar o que eu sinto por ele,o que ele sente por mim.Mas a verdade é que nossas conversas nunca foram superficiais,casuais,eram sempre profundas e nós brigávamos constantemente.
E quando a gente começou a namorar,eu senti aquele desespero juvenil que eu achei que nunca ía sentir.Eu vou morrer se não o ver hoje a noite.Eu o amo desesperadamente,eu quero mais daqueles bejos.E ele era intenso da mesma forma,às vezes até mais.Fogo com fogo,foi como a Gabi nos definiu certo dia.

Aí ele foi embora.Eu cresci,ele cresceu.Eu tive outros garotos,paquerinhas,ficantes.Ele teve outras meninas,se divertiu fora do país...
De certa forma,eu acho que sempre esperei por ele.Inconscientemente até,querendo e não querendo que aqueles dias voltassem.Querendo sem saber que queria aquela motanha russa de emoções,milhares de informações pulsando dentro da minha cabeça,inúmeros sentimentos novos,se espalhando pelo meu corpo como estrelas explodindo.
Eu acho que incoscientemente,eu me preparei para quando ele chegasse também.Meu corpo,pouco a pouco,se preparou para aqueles olhares demorados,aquele sorrisinho no canto da boca.Para aquele cigarro entre os dedos,aquele All Star sujo.E a verdade é que a gente nunca está preparada o suficiente.
De algum jeito ele voltou mais forte,mais confiante,mais decidido.E a determinação dele me deixa maluca agora.É como se todos aqueles sentimentos tivessem retornado em dobro.Tudo parece duas vezes mais forte,mas intenso,mais assustador também...mas ao mesmo tempo,mais crescido,mais bonito,nenhum de nós dois é mais criança.Acho que nenhum de nós está preocupado com o futuro também.Sobre o quanto isso vai durar,se vai durar...De uma forma ou de outra,nós somos o típico casal inevitável,a gente sempre acaba achando um caminho de volta um para o outro,a maneira antiga de fazer com que tudo pareça novo,promissor,colorido...avalassador.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

the seasons have changed...and so have we.

As pessoas mudam.
Quem nunca ouviu essa frase?Quem nunca fez essa afirmação mentalmente diante de um antigo amigo,um ex namorado,um inimigo,quem sabe...Quem nunca disse essa frase à alguém?

Há quem diga que eu mudei mais rápido do que deveria.Que eu deixei de passar por certas fases,ter certas experiências.E há quem diga que não me conhece mais,que eu mudei tanto e com tamanha rapidez que me transformei em uma estranha.
De vez em quando,eu gosto de pensar que mudei de propósito.Que certo dia eu acordei e decidi que não queria ser mais o que eu era e me transformei em outra pessoa.Quem nunca pensou nisso,afinal de contas?Em dar uma repaginada na vida e se renovar?
Mas pensando bem,não foi bem assim.Como quase tudo na vida,aconteceu devagarinho,sem que eu percebesse.Uma coisinha alí,outra acolá,e quando eu olhei para trás,vi o quanto tinha se perdido,o quanto eu tinha deixado para trás e a minúscula fração do que eu era que ainda carrego comigo.

Talvez eu realmente tenha me perdido ao longo da estrada.Talvez eu tenha me achado.Talvez o que você chame de mudar,eu chame de crescer.Ou talvez,as consequencias tenham me obrigado a sair do casulo,me jogando em um mundo que eu ainda não conhecia.
No final das contas,o que eu sei é que valeu a pena.Que certas manias,certos hábitos vão me acompanhar para sempre,pois são eles que me definem,que me lembram que por mais que eu mude,que o mundo mude,certas coisas vão permanecer da mesma forma,sempre.E isso,querendo ou não,passa segurança.Que essas característicazinhas,boas ou más,são o que te lembram do que você é,do seu 'eu' por completo,com todas as complexidades e com toda a simplicidade também.
As decepções sofridas,as inúmeras vezes em que eu quebrei a cara,que eu fui enganada,que eu enganei a mim mesma,foram apenas parte do aprendizado,da minha metamorfose.

Eu acho que a conclusão,é que a vida é assim mesmo.De uma forma ou de outra,tudo tem que ficar uma droga antes de melhorar.Você realmente tinha que chegar a um certo ponto,e perceber que não tinha mais volta para poder seguir em frente.E você segue.Que outra opção lhe resta?Não se pode fugir do passado,muito menos do futuro...
Talvez eu tenha passado por mais do que eu estava preparada para passar,tenha mudado mais do que deveria.Mas ter passado,ter mudado tanto em tão pouco tempo e saber exatamente aonde eu piso,ainda me conhecer o suficiente para saber o que eu quero,para ser ouvida,já é razão o suficiente para comemorar,se querem saber minha opinião.Eu nunca quis uma vida perfeita,uma cabeça cheia de pensamentos intactos,segredos indecifráveis.Por mais que de certa forma,eu seja sim bastante complexa,eu sempre busquei o que há de mais simples.Uma tarde com amigos,um banho de chuva,um filme perfeito,calor humano...Exatamente o que está sempre por perto e pouca gente percebe.Geralmente,a chave para a sua felicidade.