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terça-feira, 30 de setembro de 2008

mercy

Às vezes eu sinto raiva de mim mesma.Raiva do meu egoísmo,raiva da minha mania de pensar que que todo mundo tem que fazer o que eu quero.Raiva de sempre falar o que me vêm à cabeça,e principalmente,raiva de afastar as pessoas de mim por causa do meu comportamento.

Eu sempre fui meio descrente em relação aos seres humanos e acho que isso me fez ter uma certa dificuldade para confiar.Minha melhor amiga,porém,sempre confiou fácil,se entregou aos relacionamentos e por incrível que pareça,ela é mais bem sucedida neles do que eu.Ela,na verdade,sempre teve uma espécie de inocência que eu nunca tive.Eu sempre fui insegura,embora demonstre o completo oposto.Eu obtenho sucesso na maioria das coisas que eu me proponho a fazer.Eu sei como me vestir,o que falar e o que fazer para ganhar território,mas eu tenho um medo enorme de ficar sozinha,de perder o amor daqueles poucos que sempre estiveram comigo.

Acho que todo mundo sabe o quão próx. eu sou da minha melhor amiga,apenas que me conhece só um pouquinho.Nós duas sempre fomos completamente diferentes uma da outra.Ela super acessível,eu absurdamente fechada.Ela sempre esperando o melhor das pessoas,eu o pior.Ela se vestindo com o primeiro jeans que encontrar no guarda-roupa,eu sempre me certificando se os meus sapatos combinam com a bolsa.Acima de qualquer coisa,nunca houve competição entre nós,eu sempre fiquei feliz pelas vitórias dela e ela pelas minhas,enfrentamos as fases ruins juntas,passamos por muita coisa,nunca nos arrependemos de nada.
O probelma é que as pessoas mudam,e eu,mais uma vez,tenho que dar o meu jeito de conviver com isso.Nem sempre eu dou o jeito certo,devo acrescentar.Às vezes o meu esforço para ser uma pessoa boa e compreensiva não dá em nada.Às vezes eu faço julgamentos,antagonizo as pessoas,e falo o que eu não gostaria de falar.
Eis que minha melhor amiga virou evangélica.Mudou um pouco,deixou de fazer certas coisas,e embora com um jeitinho carinhoso,ela reclama da minha impulsividade,da minha mania de só pensar em mim...
Deixem-me esclarecer:Ela é a mesma pessoa,apenas com mais princípios.E a religião não afeta a nossa amizade,mas afeta a maneira como eu me sinto em relação a ela.Eu não sei bem porque,mas simplesmente eu fico irritada e respondendo com sarcasmo quando ela menciona a igreja.Eu sei que é pedir muito que ela volte a ser do jeito que era.Sei também que o meu dever como amiga,é aceitar e apoiar e sei que mais uma vez,o grande problema em questão é o meu egoísmo.Eu quero que a vida dela volte a girar ao meu redor,ao redor das nossas saídas,ao redor das tardes que a gente passava juntas e de repente,ela me aparece cheia de novidades e pela primeira vez em anos,ela não está passando a mão na minha cabeça e dizendo que eu estou sempre certa.E embora eu consiga reconhecer a Gabriela e a Patrícia,eu não consigo reconhecer a 'Pati e a Gabi',como se fossem uma só pessoa.
E o que mais dói é saber que eu estou me distanciando mais e mais do que a gente foi um dia,e que ela continua se doando por inteira,mesmo quando eu mereço tão pouco.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

leftovers.

Fim de tarde.O céu mudando do laranja para o lilás,as luzes lá fora se acendendo e o mar se perdendo de vista aos pouquinhos,se misturando à escuridão da noite.
Eu trabalho melhor durante o dia.Quando o brilha formando miragens no asfalto e eu consigo em enxergar o azul esverdeado do oceano e a movimentação de barcos no porto.

Minhas roupas estão espalhadas encima da cama.A blusa Adidas e o short beige pelo averso e os óculos escuros empilhados em cima deles.Tem restos de Mc Donalds na minha escrivaninha e eu estou em um daqueles dias em que eu escrevo descontroladamente tudo que me vêm à cabeça.Dos pensamentos mais fúteis aos planos mais elaborados e aos sonhos que nunca se tornarão realidade.
Tem dois CDs virgens ainda vazios na minha prateleira e dois envelopes coloridos também.Eu sinto como se tivesse trazido a velha Patrícia de volta.Embora eu não saiba se isso é bom ou ruim.
Meu Deus,o que os outros vão achar dela?

As batatinhas que eu não comi me parecem convidativas,mesmo que frias e o barquinho lá longe já acendeu os pisca-piscas.Para ele,sempre é Natal.E eu o observo todo dia desta mesma janela,em meio à todas as minhas manias e peculiaridades.E em meio ao tédio também,todo mundo sente um pouquinho de vez em quando...
Quando as portas são trancadas e as luzes são acesas,eu estou por minha conta.
E de vez em quando,soa ótimo.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

back when my thoughts were entirely intact

Sabe quando os dias começam a passar apressados demais e você tem a impressão de que não tem mais tempo para respirar?Pois é...
O que se pode fazer em dias que nem esses,exceto parar,respirar e se certificar de que está tudo bem,que é só uma fase e as coisas vão voltar ao normal?
Eu nunca acreditei em destino ou fiz promessas.Nunca acreditei em amor à primeira vista ou em pessoas ou situações perfeitas.Embora de vez em quando seja necessário acreditar em algo para atravessar o dia.Nem que seja você mesmo,na força de vontade que você não sabia que tinha.

Às vezes eu me surpreendo comigo mesma.Com a maneira que eu lido com as coisas,com a minha total falta de controle diante de certos sentimentos e de vez em quando,com o meu total controle sobre eles.Eu tenho medo de falar sobre os meus fantasmas em voz alta e eles se tornarem realidade.Para alguém que nunca acreditou em muita coisa,por um tempo eu achei que era uma supertição boba,mas agora eu vejo que é completamente humano.Talvez seja o que acontece com a maioria das pessoas,elas se trancam.E isso me levou a imaginar como seria se todos nós falássemos sobre os nossos medos em voz alta,para chegar a conclusão de que não haveriam mais segredos.E qual a graça de viver sem imaginar,certo?

Eu,por outro lado,acho que me escondo demais da realidade.Aparentando felicidade,quando a minha cabeça é uma bagunça de sentimentos e idéias.Aparentando tristeza pelo mero prazer de ser dramática.
Talvez eu tenha medo de que um dia,as pessoas me enxerguem de verdade e vejam que eu sou mais frágil e vunerável do que eu demonstro.As aparências enganam.
Eu só imagino,que quando acontecer,que quando alguém desvendar todos os meus medos,vai ser um daqueles momentos únicos em que você parece ter perdido o fôlego,e finalmente,eu vou poder juntar o passado e o futuro dentro de mim.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

flames.

Eu estava pensando sobre o dia em que eu tirei o líquor da coluna.Naquele dia,repensando a gravidade dos fatos,eu estava bem doente.O que era óbvio,pela perda de peso e as minhas fraquezas.Também acho que o procedimento usado pra tirar o líquor da coluna é o mesmo ultilizado para quando você vai doar a sua medula para alguém.E embora,eu fale que não lembre do dia em que eu fiz o exame,eu tenho sim algumas lembranças concretas.Não só aquelas recordações nubladas que você tem de certas coisas,mas uma memória de verdade.Minha mãe chorando e observando tudo meio de longe,o mundo nos olhos.Eu deitada na cama enquando os médicos conversavam comigo e eu brincava distraída com o colar da minha madrinha.Da dorzinha chata daquela agulha enorme nas minhas costas e de não ter derramado uma única lágrima durante todo o processo.
Pensando nisso,eu cheguei a conclusão de que a gente não tem muita idéia das coisas quando é criança.Ou melhor ainda,a gente é mais otimista.
Quer dizer,eu sabia que estava doente,mas ainda assim as coisas pareciam bem.E esse sentimento todo me parece genuíno,como se fosse algo em que eu realmente acreditasse,ao invés de uma mentira que eu tinha inventado para mim mesma,ou um sorriso forçado pra certificar para minha mãe que tudo ía se resolver da maneira certa.

A verdade é que eu acho que naquela época eu era bem mais forte do que eu sou hoje.Que eu podia carregar a minha família inteira nas costas e ainda não sentir o peso disso.Que eu não tinha medo de agulhas ou de descer um rampa de patins.Que eu não costumava medir as palavras e sempre pensava em voz alta o que não devia.Que apesar das complicações,eu não tinha medo de ser feliz,de levar um não,de tomar a decisão errada.
Talvez eu pense demais hoje em dia.

Talvez parar de pensar por uns tempos me fizesse um bem danado...

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

all you need is love

"Amor é tudo o que você precisa."
Eis o trecho de música que perdura anos.Simples,sincero e direto.E eu,entro outros milhões,sou obrigada a concordar.
De fato,você não precisa de muito quando se tem amor.Óbvio,dinheiro e saúde também não matam ninguém,porque como diria a minha avó,amor não enche barriga.

Outro dia estava indo de carro para a faculdade e vejo um outdoor em plena Av.Engenheiro Santana Júnior,"Fulano de tal,enternas saudades.De sua esposa,filhos e netos".Eu lembro de ter me perguntado na hora,de que adianta tudo isso,toda essa demonstração de afeto,se a pessoa não está aqui para ver o quanto foi amada?Ou pior ainda:e se essa pessoa nunca soube que foi amada enquanto viva?No final das contas,calei minha boca e os meus pensamentos e deixei a dor e o outdoor dos outros em paz.Mas a idéia de alguém que nunca se sentiu amado me acompanhou o dia todo.E cada vez que eu pensava no assunto,mais difícil era de acreditar que existisse tal coisa.

Talvez por eu ter recebido amor em dobro durante a minha vida inteira e nem sempre ter dado o devido valor a isso,eu ache essa coisa toda de alguém que nunca foi/sentiu-se amado um tanto impossível.
Quando eu paro pra pensar na minha infância,ou até nesses últimos anos,eu lembro dos fatos tristes e marcantes é claro,mas por mais incrível que isso possa parecer,minhas lembranças felizes,de algum jeito,conseguem superar aquelas que eu não faço tanta questão assim de lembrar.
Os abraços da minha mãe,ou as nossas caminhadas pela D.Luís rindo sem parar.Do dia na casa da Carol em que a gente colocou sabão no chão pra escorregar.Das inúmeras tardes que eu passei com a Gabi,sem fazer nada,apenas esperando que as horas se arrastassem e aparecesse um programa legal pra nos tirar do tédio,e o fato de a gente nunca ter tido uma única briga.Ou dos filmes da Disney que a gente assistia juntas-e nunca cansávamos!Dos meus anos de 7 de Setembro e todas as aulas gazeadas e manhãs jogadas fora.Do 3º ano conturbado e de toda a pressão pré-vestibular.Do dia-a-dia com os meus amigos da faculdade,que são basicamente a prova viva de que eu consigo sim fazer amizades sozinha e que se mostraram tão importantes e tão amados em um espaço de tempo tão pequeno.Ou até aqueles momentos qua a gente nunca viveu,mas imagina.

E quando eu preciso de provas,basta olhar para os dois porta-retratos no criado mudo.Eu e meus pais no primeiro.Eu devia ter uns dois ou três anos,no Icaraí,meu pai segurando de um lado e minha mãe de outro,enquanto eu pulava as ondas.É quase possível escutar os meus gritos de alegria quando eu vejo o sorriso orgulhoso dos pais mais corujas do mundo.A segunda,foi tirada aqui nesse mesmo quarto.Eu tinha por volta de oito anos,uns dentes faltando e um curativo no pé.E eu lembro como se fosse hoje desse dia!Nossas carinhas bochechudas ocupam praticamente a tela inteira,nem dava pra ver o curativo no pé,ou as barbies jogadas na cama.Só o nosso sorriso banguelo em perfeita sintonia,as bochechas coladas,os olhos cheios de lágrima de tanto rir e uma sinceridade e uma pureza tão grande,que a sinceridade e o amor quase podiam ser tocados.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008


It was you who picked
the pieces up
When I was a broken soul
And then glued me
back together
Returned to me what

others stole
.