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segunda-feira, 26 de maio de 2008

all we are

Tenho pensado demais no passado ultimamente.É engraçado como as coisas que a gente costumava amar quando éramos mais novos sempre preservam um certo fascínio.Olhando pra trás eu percebo o quanto os meus ideais mudaram,mas que eu ainda sinto o mesmo carinho por aqueles antigos,enterrados no fundo de uma gaveta.
Quando eu era mais nova,eu costumava acreditar que tudo na minha vida duraria para sempre.Que não importava o quanto eu mudasse,quantas vezes eu fosse embora,quando eu voltasse tudo estaria exatamente aonde eu havia deixado.E eu sinto falta dessa sensação,da sensação de invencibilidade,mesmo que hoje eu saiba o quanto isso tudo é ilusório.Isso se torna óbvio quando eu olho pras amigas que cresceram comigo,o quanto nós deixamos de pensar exatamente igual para nos tornarmos três pessoas separadas.O quanto os nossos sonhos se diferenciam agora,o quanto as nossas crenças mudaram,o quanto o nosso mundinho evoluiu para algo bem maior,algo que a gente não pode controlar nem prever.E é estranho como tudo aquilo que a gente deixou pra trás parece distante demais agora.

Não que isso mude alguma coisa em relação ao que a gente sente uma pela outra.É só triste de certa forma,ver o quanto a gente cresceu,o quanto a gente está longe daquilo que a gente idealizou para as nossas vidas no passado e o quanto hoje em dia,nada daquilo faz sentido.É como se a gente tivesse total controle sobre os nossos destinos e de repente isso tudo vai por água a baixo,substituindo o que a gente queria por outra coisa.Talvez a gente já esperasse por isso,talvez em algum lugar nos nossos pensamentos a gente soubesse que o conto de fadas não duraria pra sempre,que a vida adulta chegaria,junto com ela as responsabilidades e que cada uma de nós lidaria com isso de forma diferente e que muitas das nossas atitudes poderiam nos pegar de surpresa,tão de repente que nos deixariam sem ação.

Cada uma de nós enxerga o mundo de uma forma diferente agora.Uma de nós confiante,as outras duas nem tanto,mas agora eu sei que não poderia ser diferente,mas eu também sei que não importa o quanto a gente se distancie,cuidemos separadamente das nossas próprias vidas,tenhamos de lidar com os nossos próprios problemas,naqueles dias em que tudo da errado e eu vou estar de saco cheio da minha vida e da droga das responsabilidades é na porta delas que eu vou bater,chegar sem avisar e depois que a gente deitar no chão frio e relembrar a nosso infânica,elas vão advinhar o que eu estou pensando sem que eu precise falar.

terça-feira, 20 de maio de 2008

restos.

"Mas agora me deixem falar-lhe sobre alguém especial:
Em seu quintal,Lindsey fez um jardim.Eu a via limpar o comprido e largo canteiro de flores.Seus dedos se torciam dentro das luvas enquanto ela pensava nos pacientes que via todos os dias em seu consultório-em como ajudá-los a entender as cartas que a vida lhes dava,em como aliviar sua dor.Lembrei-me de que as pequenas coisas eram as que muitas vezes fugiam ao entendimento do que eu considerava seu grande intelecto.Ela levou uma eternidade para entender que eu sempre me oferecia para aparar a grama dentro da cerca,porque podia brincar com Holiday enquanto trabalhávamos no quintal.Então ela se lembrou de Holiday,e eu segui seus pensamentos.Como dentro de alguns anos seria hora de comprar um cachorro para o seu bebê,quando a casa estivesse arrumada e cercada.Então pensou em como agora existiam máquinas com cordas resistentes capazes de aparar uma cerca-viva de um canto a outro em minutos-coisa que levávamos horas reclamando para conseguir fazer.
Então Samuel saiu da casa em direção a Lindsey,e ali estava ela no colo dele,minha linda neném gordinha,nascida 10 anos depois dos meus 14 anos na Terra:Abigail Suzanne.Para mim ela era a pequena Susie.Samuel pôs Susie em uma manta perto das flores.E minha irmã,minha Lindsey,deixou-me em sua lembrança,onde era o meu lugar.

~

E dentro de uma casinha a oito quilômetros dali um homem mostrava a minha pulseira de amuletos incrustada de lama para sua mulher.
-Olha o que eu encontrei na antiga zona industrial-disse ele.-Um cara da obra disse que eles estavam demolindo o lote todo.Estão com medo de outros semidouros como aquele engolirem os carros.
Sua mulher lhe serviu um copo de água da bica enquanto ele apalpava a minúscula bicicleta e a sapatilha de balé,o cesto de flores e o dedal.Ele lhe estendeu a pulseira enlameada enquanto ela punha o copo na mesa.
-Esta menininha já deve estar crescida-disse ela.
Quase.
Não exatamente."

(Uma vida interrompida-Alice Sebold.)

livro que eu gosto de reler.


segunda-feira, 19 de maio de 2008

contando estrelas.

Eu vivo de costas pro mundo,de frente pra vida.Cheia de perguntas,com medo das respostas.Eu vivo um dia de cada vez,eu penso no futuro de cinco em cinco minutos.Eu quero a revolução,eu temo as mudanças.Gosto de porta fechada,janela aberta,sol invadindo o quarto,chuva lá fora.Eu vivo o hoje pensando no passado,eu sinto saudades,eu anseio por uma vida nova.
Eu quero ser uma desbravadora,eu tenho medo do desconhecido.Gosto de escuro e claro.Não tenho mais medo de escutar o que não quero.Sonho acordada,quero dormir semanas inteiras de vez em quando.
Quero parar o tempo no primeiro semestre de faculdade.Quero trabalhar e ter filhos.Quero dançar na chuva,trabalhar no sol quente,viajar pra Bangladesh e pra Paris.Quero terremotos,paz de espírito,dormir em uma rede no meio do mato.Quero conhecer gente nova,passar o resto da vida com os mesmos amigos.Quero comer bolo de chocolate as 3h da manhã de uma quarta-feira e não engordar.Quero dias e dias afastada da cidade grande,quero fugir do tédio do interior.
Quero vida saudável,construir família.Quero rock n'roll toda noite e festa todo dia,sem olhar pra trás.Quero namorar muito,quero amar o mesmo homem a vida inteira.Quero passear por aí em uma Limusine,quero uma casinha de venezeanas azuis no meio de algum lugar.Quero lençóis limpos,roupas sujas.Sossego,festa,várias horas sem parar de falar.Quero andar de bicicleta,tomar banho de chuva,quero usar salto alto e ser uma mulher de negócios.Quero te dizer todos os "nãos" que você merece,pular nos seus braços cinco minutos depois.Quero vida de princesa,quero trabalhar duro,quero saber como é plantar e colher(literalmente).Quero publicar um livro,quero guardar só pra mim minhas anotações.Quero escrever cartas e não mandar,fazer poemas de amor pra todo mundo que eu conheço.Eu gosto de MPB e rock americano.
Quero os excessos,quero o necessário.Quero fazer fortuna no exterior,ver um sorriso sincero no rosto de todo mundo.Ir à praias de nudismo,virar freira.Trabalhar na sexta-feira,farrear na segunda.Eu quero as contradições.
Ou talvez o que eu queira mesmo é ser feliz.

sábado, 17 de maio de 2008

wishes.

uui,faz tempo que eu não escrevo aqui!Doze dias sendo mais precisa.
Sem muita coisa pra contar.Ou que valha a pena contar,pelo o menos.

Vi um filme hoje,2h37 e acho que foi a primeira vez em muito tempo que um filme me fez sentir sufocada pelo emocional dos personagens,pelo jeito que a trama se desenrola,pela maneira com que cada um deles lida com os acontecimentos ao redor.Simplesmente me parece familiar demais.Os corredores do colégio,os segredos mais comuns do que se imagina,as piadinhas,os estereótipos,tudo alí,seguindo um certo rítmo.Nem tão calmo,nem tão frenético...só comum para alguns,interessante pra outros.

eu conheci bem demais esse ambiente,melhor do que eu gostaria até,mas valeu a pena no final das contas.Se teve uma coisa que eu aprendi com todas as minhas mudanças de colégio nos últimos três anos é que aquelas coisas que você pensa que nunca vai acontecer com alguém que você conhece de repente se tornam reais e que você é mais parecido com uns ou outros ao seu redor do que você pensa.

Senti raiva do meu pai essa semana,mas para o bem ou para o mal ele sempre consegue ser perdoado por mim.Ele é tãão parecido comigo.O jeito de falar,a falta de paciência com certas coisas,a maneira que ele sempre guarda tudo por muito tempo.Eu me pego pensando de vez em quando nos domingos em que ele me levava pra almoçar no Mc Donalds,ou nas vezes em que eu vinha dormindo das festinhas dos amigos e ele sempre me carregava no elevador.Ou em quando eu encosto o queixo na mão dele ao invés de beijar de verdade pra não sujar ele com o gloss.Parece pouco,mas signifca tanto!♥

segunda-feira, 5 de maio de 2008

childhood is all about magic.

Deus,o quanto a demissão de uma empregada pode piorar a vida de uma pessoa?Mamãe se extressou com a folga da Adélia,pegou virose e sobra pra mim ficar com fome.Sei lá,peguei abuso a tanta coisa que eu nem sei direito o que pedir pra comer(aparentementemente eu vou passar uns tempos me alimentando de entrega a domicílio),só queria alguma coisa pra beber na verdade,mas tão trocando o piso da cozinha e eu não quero entrar lá enquanto os caras da obra não saírem.

Minha cabeça está dando umas dez voltas por segundo,quando que ficou complicado desse jeito afinal de contas?até me faz desejar com todas as minhas forças voltar pra creche,pro Jardim de Infância ou sei lá,pra algum lugar do meu passado em que eu sabia que a demissão de uma empregada não ía mudar muita coisa na minha existência singela.Eu ocupava mais espaço naquela época,acho.Exigia mais e provavelmente estaria na casa da Gabi nesse exato momento,com as refeições perfeitamente regradas.Agora eu não dou tanto trabalho assim,eu não precise que me lembrem de comer,de estudar,de tomar banho.Aliás,eu passo a maior parte do tempo trancada no meu quarto pra ser sincera,odeio que me perturbem.Eu passo horas e horas no computador,estudo,me perco em meio aos meus livros,as minhas músicas,olho a praia da minha janela de vez em quando.Às vezes sufoca não querer fazer nada.

Eu me pergunto se isso tudo é só parte do meu egoísmo,gostar tanto de ficar sozinha e esquecer dos outros,ou se é outra coisa qualquer,não é tão anormal também.
Ultimamente as horas tem passado depressa,também tenho feito um bocado de coisas fora do quarto nesses ultimos dias,tipo sair pra palestras.Fiz compras também,fui ao cinema,talvez eu vá até a Gabi mais tarde,comer a pizza que eu pedir junto com ela,conversar sobre qualquer coisa,falar sobre Twilight,sobre a nossa viagem,ou só assistir alguma coisa no quarto dela,se a minha última visita não tiver levado a queima da TV.Ou talvez a gente só reclame dos efeitos especiais ridículos da Globo(sim,eu assisti por acaso o final daquela novela imbecil),ou da nossa falta do que fazer.Eu só queria rir até chorar ou sair pra beber Martíni no Sputinick(o que provavelmente não vai acontecer até sexta-feira);T

Chovendo sem parar,mas nada de temporal ainda...