19 de Janeiro de 2009 e eu ainda não fiz nada de últil das minhas férias.
Ok,eu saí um pouco,viajei,conheci gente nova...foi válido de certa forma.Ou teria sido,se as coisas não tivessem desandado tanto nos últimos dias.
Eu acho que é permitido dizer que nos últimos 15 dias eu não fiz nada além de assistir a programação inteira da Warner e da Sony e me empanturrar com Cheetos e Coca-Cola,enquanto eu reclamo da falta do que fazer,como se a culpa não fosse minha por recusar tantos convites ou dar o cano em tanta gente.
Eu não to bem,eu preciso conversar com alguém,falar um pouco,mas eu me afastei de todo mundo.Esse é o meu jeito de lidar com os problemas,eu me tranco no meu mundinho e perco contato com todo o resto,esperando que algo caia do céu,que os problemas desapareçam,até minha mãe bater na porta do quarto,mostrando o que ela achou fazendo a faxina no closet,trazendo de volta as memórias.
Anyways,eu não acho que as memórias sejam o problema.Machuca menos não lembrar,machuca mais?Me deixam feliz,me fazem rir?Isso é relativo,óbvio.Todo mundo gosta de relembrar certas coisas,prefere esquecer outras.Simples.
Sei lá,de repente eu percebi que eu me preocupo com tanta bobagem!Com a cortina,as almofadas da cama,se o meu gigolete combina com a minha roupa...
Outro dia eu estava me arrumando para sair,olhei para os óculos escuros e achei que combinaria perfeitamente com o meu vestido,mas que de qualquer jeito eu não poderia usá-los,porque era à noite e tipo,que idiota usaria óculos de sol à noite?Daí me veio à cabeça "Gabi usaria",porque ela sempre faz o que quer.Então eu lembrei da vez em que paguei dois reais para que ela não fosse ao shopping usando meias de cores diferentes.
Aí me deu saudades.Saudades e uma espécie de culpa por todos os telefonemas e convites dela que eu tenho ignorado ultimamente.Por estar sempre inventando desculpas,colocando outras coisas tão sem importância antes dela.E eu pensei nos meus outros amigos também,nas outras milhões de criaturas que eu tenho ignorado.
Tanta gente passou por tanta coisa essas férias e eu nem para passar um telefonema,escrever um e-mail,perguntar como está,fazer companhia...Eu lembro de que quando eu fiquei de recuperação,eu fiquei incomunicável por um dia inteiro,mas eu não estava chorando nem me descabelando,só meio triste,acho que aquela era a minha idéia de tragédia na época.De qualquer jeito,eu não estava esperando que ninguém aparecesse e me desse os pêsames.Não era como se alguém tivesse morrido,afinal de contas.Recuperação em uma matéria,apenas.Acontece com todo mundo...mas a Gabi apareceu.Apareceu usando aqueles shorts de menino dela e com uma revista de The O.C. para me dar.E ainda conseguiu me fazer rir!
"Achei que ía te encontrar afogada em coca-cola!".E eu fiquei com dor de barriga de tanto rir,como se eu nunca tivesse escutado nada tão engraçado¬¬
Eu já tinha a revista,mas até hoje eu guardo as duas,porque foi tão gentil da parte dela vir aqui e me fazer companhia quando eu precisei.Significou tanto!Quer dizer,geneticamente falando,ela não é família.Não é minha irmã,não é minha prima,não tinha obrigação nenhuma de vir me visitar e me trazer presentes,mas ela o fez mesmo assim,me oferecendo tando,quando eu merecia tão pouco.
Então acho que pensando bem,talvez eu tenha uma meta para o meu ano novo:Prestar um pouquinho mais de atenção nas pessoas que são importantes para mim,que me lembram constantemente que eu não tenho que aguentar tudo sozinha.Que elas vão estar alí,sempre,prontas para ajudar e permanentemente no meu coração.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Postado por patricia às 05:38 1 comentários
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
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Então,2009.
Eu sei que deveria soar como um grande divisor de águas e tudo e tal,mas no final das contas,é só um outro ano começando.Mais doze meses que de certa forma tentamos planejar e inevitavelmente não conseguimos.
Pessimista,eu sei,mas de uma forma ou de outra,a verdade.
Quando eu penso nos últimos cinco dias,ou eu quero dormir por uma semana ou apelar para o meu lado fútil e fazer compras.Não que esteja sendo horrível,é só que as coisas deixaram de fazer diferença.
Então,eu viajei no final do ano,perdi certas coisas,consegui outras.Senti raiva,medo,felicidade...tanta coisa que fica difícil de definir ao certo.
Só sei que essa não foi uma viagem como as outras,que eu vou gostar de recordar e sentir saudades.Não foi ruim também,mas eu sei que poderia ter aproveitado melhor se tivesse dado um chance as pessoas,ou uma chance a mim mesma.
Eu sempre tentei me convencer de que eu nunca me arrependia das mais minhas decisões,dos erros cometidos,mas hoje em dia eu sei que isso tudo é meio equivocado.
Todo mundo se arrepende de alguma coisa,disse algo que gostaria de retirar,de desfazer.
Eu acredito que culpa é um sentimento que todo mundo sente uma vez ou outra.Não a culpa de um assassino,de um herói de guerra,mas em menores proporções,por uma palavra dita,um lágrima derramada.
Perdão,é algo difícil de ser exercido,segundo as massas,ou os sermões de padres ou whatever.Todo mundo sempre lembra de aconselhar os outros a perdoar aqueles que lhes fizeram mal,a não guardar mágoas,mas ninguém lembra de perdoar a si mesmo primeiro.De assumir os seus erros e sua parcela de culpa e saber superar isso de alguma forma,deixando o passado no passado.Afinal de contas,em cada um de nós existe bondade e maldade,superação e dor,escolha e remorso.Todo mundo guarda mágoas,todo mundo já foi cruel um dia.É a natureza humana,nada mais que isso.
E eu,tendo consciência de que não sou a melhor das criaturas,convivo com isso.Busco esse perdão,aceito,recuso,cometo erros.Perdoo e sou perdoada deixando a vida fechar o seu ciclo.
Sem grandes expectativas,sem pensar demais no futuro,mas com a esperança de que qualquer grande 'tragédia',qualquer erro irreversível,pode ter lá os seus bons frutos.Ou mesmo que não tenha,sempre há um novo começo.
Postado por patricia às 06:01 2 comentários