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segunda-feira, 8 de setembro de 2008

all you need is love

"Amor é tudo o que você precisa."
Eis o trecho de música que perdura anos.Simples,sincero e direto.E eu,entro outros milhões,sou obrigada a concordar.
De fato,você não precisa de muito quando se tem amor.Óbvio,dinheiro e saúde também não matam ninguém,porque como diria a minha avó,amor não enche barriga.

Outro dia estava indo de carro para a faculdade e vejo um outdoor em plena Av.Engenheiro Santana Júnior,"Fulano de tal,enternas saudades.De sua esposa,filhos e netos".Eu lembro de ter me perguntado na hora,de que adianta tudo isso,toda essa demonstração de afeto,se a pessoa não está aqui para ver o quanto foi amada?Ou pior ainda:e se essa pessoa nunca soube que foi amada enquanto viva?No final das contas,calei minha boca e os meus pensamentos e deixei a dor e o outdoor dos outros em paz.Mas a idéia de alguém que nunca se sentiu amado me acompanhou o dia todo.E cada vez que eu pensava no assunto,mais difícil era de acreditar que existisse tal coisa.

Talvez por eu ter recebido amor em dobro durante a minha vida inteira e nem sempre ter dado o devido valor a isso,eu ache essa coisa toda de alguém que nunca foi/sentiu-se amado um tanto impossível.
Quando eu paro pra pensar na minha infância,ou até nesses últimos anos,eu lembro dos fatos tristes e marcantes é claro,mas por mais incrível que isso possa parecer,minhas lembranças felizes,de algum jeito,conseguem superar aquelas que eu não faço tanta questão assim de lembrar.
Os abraços da minha mãe,ou as nossas caminhadas pela D.Luís rindo sem parar.Do dia na casa da Carol em que a gente colocou sabão no chão pra escorregar.Das inúmeras tardes que eu passei com a Gabi,sem fazer nada,apenas esperando que as horas se arrastassem e aparecesse um programa legal pra nos tirar do tédio,e o fato de a gente nunca ter tido uma única briga.Ou dos filmes da Disney que a gente assistia juntas-e nunca cansávamos!Dos meus anos de 7 de Setembro e todas as aulas gazeadas e manhãs jogadas fora.Do 3º ano conturbado e de toda a pressão pré-vestibular.Do dia-a-dia com os meus amigos da faculdade,que são basicamente a prova viva de que eu consigo sim fazer amizades sozinha e que se mostraram tão importantes e tão amados em um espaço de tempo tão pequeno.Ou até aqueles momentos qua a gente nunca viveu,mas imagina.

E quando eu preciso de provas,basta olhar para os dois porta-retratos no criado mudo.Eu e meus pais no primeiro.Eu devia ter uns dois ou três anos,no Icaraí,meu pai segurando de um lado e minha mãe de outro,enquanto eu pulava as ondas.É quase possível escutar os meus gritos de alegria quando eu vejo o sorriso orgulhoso dos pais mais corujas do mundo.A segunda,foi tirada aqui nesse mesmo quarto.Eu tinha por volta de oito anos,uns dentes faltando e um curativo no pé.E eu lembro como se fosse hoje desse dia!Nossas carinhas bochechudas ocupam praticamente a tela inteira,nem dava pra ver o curativo no pé,ou as barbies jogadas na cama.Só o nosso sorriso banguelo em perfeita sintonia,as bochechas coladas,os olhos cheios de lágrima de tanto rir e uma sinceridade e uma pureza tão grande,que a sinceridade e o amor quase podiam ser tocados.

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