Eu acho que eu não menciono a minha amiga que morreu há anos.A maioria das pessoas que convivem comigo,nem mesmo sabem que um ela existiu.Que algo assim aconteceu.
Bom,essa sou eu.Aprisionada dentro dos meus próprios segredos.Guardando tudo para mim,quase nunca compartilhando.
A questão é que de vez em quando,você tem que colocar para fora.
Aconteceu há 11 anos e os detalhes,eu prefiro nem lembrar.
Isso é tudo o que eu consigo falar sobre a morte dela.Prefiro escolher uma lembrança feliz qualquer e me agarrar a ela.
Algumas memórias são escorregadias.
Tem coisas sobre a Isabelle de que eu quero me lembrar,mas não consigo.Como os pijamas que ela usava quando ía dormir na minha casa,ou o chocolate favorito dela,ou qual era sensação se segurar sua mão quando nós voltávamos juntos da natação.
Eu quero lembrar exatamente de como nós nos tornamos amigas,em primeiro lugar.Uma linha de partida definitiva que eu possa visitar de vez em quando.Ela é uma história que eu quero saber desde a primeira página.
Meu cerébro se recusa a trabalhar desse jeito.A maioria dos detalhes sobre a Isabelle são confusos-o dia em que a gente se conheceu,como nós nos aproximamos tanto,coisas que dissemos uma para outra.Tudo que eu tenho são momentos,mini filmes,pedaços do quebra-cabeça.
De vez em quando eu os sinto nas minhas mãos,reais como o presente.Mas geralmente,é como se eu tivesse tentando pegar em vapor.
Eu entendo que eu nunca vou poder ter a figura inteira.
Inevitavelmente,tem coisas que eu nunca vou saber,nem devo.Mas quando se trata da Isabelle,eu sempre quero mais do eu posso ter,gostaria de achar pelo o menos,mais um ou dois pedaços,simplesmente porque eu fui convencida de alguma forma,que há partes de mim escondidas alí dentro.
E se amanhã não for nada disso,
Há 14 anos
1 comentários:
Realmente existem momentos da nossa vida que preferimos esquecer.
Isso já aconteceu comigo, não o fato de um amigo morrer, mas sim de apagar (literalmente) da memória um fato não muito agradável.
beijos;*
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